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ABVE apresenta proposta de teste simulado de incêndio aos bombeiros de São Paulo

Proposta dará subsídios para norma sobre segurança em operações de recarga com veículos elétricos no Estado e no Brasil

A ABVE e o Comando do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo (CBPMESP) voltaram a se reunir nesta quarta-feira (26/6) para avançar no debate sobre segurança e prevenção de incêndios nas operações de recarga de veículos elétricos em garagens de edifícios residenciais e comerciais.

A ABVE apresentou aos bombeiros uma primeira proposta de simulado de incêndio em baterias e/ou veículos elétricos, com sugestões de data, local e características do teste, cujos detalhes ainda serão avaliados.

SERIEDADE

Da esq. para a dir.: Tadeu Rezende (ABVE), tenente-coronel Max Schroeder (CBPMESP), Ricardo Bastos (presidente da ABVE), capitão Ronaldo Ribeiro (CBPMESP), Alexandre Polesi (ABVE).

O tenente-coronel Max Schroeder, chefe do Departamento de Segurança e Prevenção Contra Incêndios do CBPMESP, gostou da proposta. “É um primeiro passo importante, cumprimento a ABVE pela seriedade com que tem conduzido esse tema delicado”.

Segundo ele, os bombeiros têm grande interesse em observar e analisar com rigor técnico, por meio de testes controlados, as principais hipóteses de acidentes envolvendo veículos elétricos, baterias e carregadores.

Esses testes – afirmou – balizarão as futuras regras de segurança dos bombeiros de São Paulo e poderão ser referência para uma norma nacional sobre o tema.

“Temos de pensar em regras possíveis de serem cumpridas, mas que sejam também funcionais. A prioridade dos bombeiros será sempre a proteção à vida humana” – disse o tenente-coronel.

O capitão Ronaldo Ribeiro, coordenador da Comissão de Estudos sobre Eletromobilidade e Acumuladores de Energia do Corpo de Bombeiros de São Paulo (CBPMESP), acrescentou que a colaboração da ABVE “é muito bem-vinda”.

“A proposta da ABVE à Comissão de Estudos contribuirá para que a futura legislação seja moderna, pautada por parâmetros científicos, a partir dos testes, e alicerçada pela experiência de outros corpos de bombeiros do País e do mundo, que poderão participar da composição desse documento técnico”.

DIÁLOGO

O presidente da ABVE, Ricardo Bastos, destacou o canal de diálogo aberto pelos bombeiros de São Paulo. “O objetivo da ABVE é contribuir para elaborar regras ao mesmo tempo viáveis eficazes, dando tranquilidade tanto aos usuários de carros elétricos quanto aos condôminos, síndicos e ao mercado da construção civil de modo geral”.

“Ficou claro que temos um objetivo comum: contribuir para que os bombeiros paulistas e e de todo o Brasil apresentem regulamentações modernas e sintonizadas com a melhor experiência internacional para reduzir ainda mais o risco de incêndio em veículos elétricos” – concluiu Ricardo Bastos.

MÓDULOS

A proposta da ABVE prevê três módulos, que podem ocorrer de forma simultânea ou sucessiva.

Módulo 1: exposição de veículos, componentes e equipamentos desmontados.
Exposição dos principais componentes críticos de um veículo elétrico e das baterias, incluindo sistemas de segurança, fiação, cabos elétricos, pontos de corte em caso de desencarceramento, materiais protetivos etc.

Exposição de equipamentos e dispositivos de prevenção e combate a incêndio em veículos elétricos já disponíveis no mercado brasileiro ou no exterior.

Módulo 2: intercâmbio de informações.
Ciclo de webinares, palestras e eventos online ou presenciais com dirigentes de corpos de bombeiros de países de eletromobilidade avançada (EUA, China, Noruega, Austrália etc).

Visitas de especialistas estrangeiros para dialogar com os bombeiros brasileiros ou viagens de delegações de bombeiros brasileiros a outros países.

Módulo 3: simulados de incêndio.
Testes controlados de estresse e/ou incêndio de veículo ou baterias. Deverão ser realizados em local apropriado para esse tipo de evento, com total segurança aos participantes e ao meio ambiente, com uso de equipamentos adequados.

A ABVE e os bombeiros de São Paulo também agendaram uma série de reuniões técnicas a partir da próxima semana para pôr em prática a proposta.

Em princípio, prevaleceu o entendimento de que um primeiro teste simulado será feito na primeira semana de agosto.

Participaram da reunião nesta quarta (26/6):

  • Tenente-coronel Max Schroeder, Chefe do Departamento de Segurança e Prevenção Contra Incêndios do CBPMESP;
  • Capitão Ronaldo Ribeiro, coordenador da Comissão de Estudos sobre Eletromobilidade e Acumuladores de Energia do CBPMESP;
  • Soldado Endryo Henderson Aparecido Diniz (CBPMESP), relator da reunião;
  • Ricardo Bastos, presidente da ABVE e diretor de Relações Institucionais da GWM;
  • Tadeu Rezende, diretor de Infraestrutura da ABVE e CEO da Power2Go;
  • Alexandre Polesi, secretário executivo da ABVE.

A reunião foi na sede do Comando do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, na Praça Clóvis Beviláqua, centro de São Paulo.

CONSULTA

A ideia de organizar o simulado tinha sido exposta pelo presidente da ABVE, Ricardo Bastos, no dia 17 de abril, na primeira reunião conjunta sobre o tema, depois que o CB-SP lançou uma consulta pública e uma proposta de medidas para prevenir acidentes.

A consulta pública foi divulgada pelo CB-SP no dia 5 de abril de 2024, no “Diário Oficial” do Estado, contendo requisitos (que ainda não estão em vigor) para prevenir e combater incêndios com veículos elétricos em operações de recarga em garagens de edifícios.

A Portaria Nº CCB-001/800/2024, assinada pelo coronel PM Nilton Cesar Zacarias Pereira, comandante do CBPMESP, previa inicialmente um prazo de 30 dias, até 5 de maio, para recebimento de sugestões.

Posteriormente, os bombeiros atenderam a um pedido da ABVE e outras entidades e prorrogaram o prazo da consulta pública por mais 90 dias, até 5 de agosto.

A ABVE já apresentou uma primeira proposta para atender à consulta pública e comprometeu-se a apresentar um segundo documento até agosto, aperfeiçoando a primeira versão e, tanto quanto possível, acrescentando as experiências dos testes e os resultados do intercâmbio com bombeiros de outros países.

Em paralelo, a associação montou grupos de trabalho e abriu conversações com entidades importantes também interessadas no tema.

Entre elas, Abravei, Anfavea, Fenabrave e Inmetro (instituto de metrologia do governo federal), além de associações do setor imobiliário e de construção civil, como Secovi, Sinduscon, Abrasce e outras.

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