Diretores da ABVE debateram os rumos da eletromobilidade no Brasil por mais de duas horas no Conselho do Meio Ambiente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), no último dia 27 de abril.
O presidente da ABVE, Adalberto Maluf, alertou que o cenário econômico internacional já mudou, em benefício do transporte de baixa emissão de poluentes, e essa realidade inevitavelmente afetará a indústria paulista e brasileira.
“É preciso ter consciência do que está acontecendo. A eleição do Joe Biden (nos Estados Unidos) mostra que o neoliberalismo acabou. Temos de voltar a pensar em planejamento de políticas industriais para essa nova realidade”.
O vice-presidente da ABVE para área de Componentes, Juliano Mendes (executivo da Moura), apresentou um relato sobre a evolução das tecnologias de baterias para veículos elétricos.
Mostrou que as novas tecnologias de baterias de níquel/manganês/cobalto, e as chamadas baterias de estado sólido tenderão a ter mais densidade energética com menos peso e serem mais econômicas, equalizando o custo dos veículos elétricos aos dos similares convencionais.
O vice-presidente da ABVE para Veículos Leves, Thiago Sugahara (executivo da Toyota), apontou a importância dos automóveis elétricos híbridos flex a etanol para o avanço da eletrificação da frota de veículos no Brasil.
Mostrou que veículos como Corolla Híbrido Elétrico a Etanol, desenvolvido inteiramente no Brasil, atestam a confluência entre as tecnologias do veículo elétrico e dos combustíveis renováveis.
O vice-presidente da ABVE da área de Infraestrutura, Paulo Maisonnave (executivo da Enel X) traçou um cenário otimista para a evolução da eletromobilidade no Brasil, mostrando que não haverá falta de energia no país, mesmo se houver uma avançada eletrificação da frota.
Explicou que a disponibilidade de eletropostos no país (cerca de 500 públicos e semipúblicos) é compatível com a atual frota elétrica, e crescerá naturalmente com o aumento dos veículos de baixa emissão nas ruas.
Lembrou, por fim, que as dúvidas sobre abastecimento dos possíveis usuários se dissiparão com o avanço do mercado, pois haverá uma mudança no comportamento dos usuários: os veículos serão recarregados em casa à noite, ou os escritórios, enquanto seus proprietários trabalham.
O debate foi feito a convite do diretor do Consema (Conselho do Meio Ambiente) da Fiesp, Eduardo San Martin.
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