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De olho na tendência mundial, empresa de engenharia ESSS, de Florianópolis, prepara a indústria brasileira para o crescimento da demanda por veículos elétricos e híbridos
Carros híbridos e elétricos representam apenas 0.3% dos veículos leves emplacados no Brasil em 2019, aponta o relatório de estatísticas publicado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O número modesto deve-se, principalmente, aos custos de aquisição elevados e à falta de infraestrutura, já que os veículos dependem de redes de abastecimento e cadeia especializada para manutenção.
Para apoiar a produção nacional, a catarinense Engineering Simulation and Scientific Software (ESSS), em parceria com a estadunidense Ansys, disponibiliza softwares de simulação que possibilitam às montadoras projetarem e produzirem com eficiência, em menor tempo, com redução de custos e maior precisão.
A tecnologia de híbridos e elétricos tem se tornado cada vez mais popular na China, Estados Unidos e alguns países da Europa. De acordo com o engenheiro da ESSS, Rodrigo Ferraz, a tendência de eletrificação já é realidade no setor de veículos comerciais no Brasil, e deve ser acompanhada também pelos veículos leves nos próximos anos. O país precisa se adaptar para esta virada tecnológica de forma rápida.
“O Brasil concentra 5% da frota de veículos do planeta. Seguindo a tendência mundial, sabemos que os elétricos e híbridos ficarão cada vez mais populares aqui também. Vamos ter desenvolvimento e produção local desses veículos e a simulação é parte chave deste ecossistema. O software Ansys oferece precisão e agilidade em etapas de design conceitual, buscando eficiência global do sistema e redução dos custos do projeto, considerando ainda softwares de controle, como gerenciamento de bateria e frenagem regenerativa. Com estas soluções as empresas poderão criar e se adaptar com celeridade”, explica Ferraz.
Os vizinhos brasileiros da América Latina, Chile e Colômbia estão investindo em frotas de ônibus 100% elétricos para o transporte público, iniciando uma saudável disputa pelo reconhecimento de cidades mais limpas e sustentáveis da América do Sul. Muitos destes contratos, que historicamente eram celebrados com montadoras brasileiras, estão sendo dominados por empresas estrangeiras que conseguiram apresentar uma resposta mais rápida às demandas.
“A indústria brasileira é referência mundial no desenvolvimento de equipamentos de eletrônica de potência e máquinas elétricas, porém o sistema de propulsão em veículos elétricos traz novos desafios, já que sua eficiência não reside na otimização individual de cada componente, mas na harmonia do sistema como um todo. As montadoras precisam de uma plataforma na qual possam simular todos os componentes, elétricos e termomecânicos, de maneira integrada, com modelos físicos fiéis à realidade” comenta Ferraz.
Benefícios da eletrificação automotiva
Veículos elétricos não emitem gases com efeito estufa em sua locomoção, por isso são denominados “zero emissões”. Não dependem de combustíveis fósseis, fator que gera impactos ecológicos, econômicos e geopolíticos – já que a maioria dos países depende da importação desses produtos. São energeticamente mais eficientes que os veículos de combustão, tendo um gasto de energia por espaço percorrido menor que um veículo convencional.
A adoção do veículo elétrico não depende só de uma mudança de hábito, preferência do consumidor ou das montadoras. Será necessária uma ampla revisão de infraestrutura, abastecimento, incentivos fiscais. Os países que lideram o mercado de eletrificação, como a Noruega, por exemplo, adotaram uma série de medidas como: estacionamentos grátis para carros elétricos e crédito para compra do veículo por meio da redução de impostos.
No Brasil, a Prefeitura de São Paulo aprovou em maio de 2014, a Lei 15.997/14 que prevê que carros elétricos, híbridos e à célula de hidrogênio emplacados na cidade podem receber de volta 50% do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) pago, que corresponde a parte que cabe ao município. Os veículos também foram isentados do rodízio de São Paulo.
O que são veículos elétricos ou híbridos?
Segundo o Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE), veículos elétricos são aqueles acionados por pelo menos um motor elétrico e são mais eficientes que os convencionais, acionados exclusivamente por motores de combustão interna. Como há mais de 44 milhões de veículos leves convencionais circulando no Brasil, o crescimento de elétricos pode contribuir para a redução de desperdícios evitáveis de combustíveis, sobretudo de origem fóssil.
Tipos de veículos elétricos disponíveis no mercado
- Veículos 100% Elétrico: como o nome sugere, esses modelos utilizam unicamente motores elétricos como sistema de tração. Fazem parte do grupo “zero emissões”: por terem um meio de locomoção não poluente não emitem gases nocivos para o ambiente, nem ruído considerável, uma vez que motores elétricos são mais silenciosos que motores de combustão interna.
- Veículos Híbridos: têm dois tipos de motores, um a combustão (podendo ser a gasolina) e outro elétrico. A bateria destes veículos só se recarrega com a regeneração de energia, quando o carro é freado.
- Híbridos com plug-in: são veículos híbridos que permitem carregar o motor elétrico por meio de uma fonte externa de energia, como por uma tomada.
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